terça-feira, 12 de outubro de 2010

Alone


As paredes acolchoadas e brancas. O chão da mesma forma. O teto parecia inalcançável. Tudo era branco demais. Até mesmo a garota. A pele pálida parecia sumir em contato com as roupas brancas; o cabelo negro se espalhava por seus ombros e cobria boa parte de sua face, inclusive seus olhos azuis.
Ela rolava pelo chão, um sorriso desenhado em seus lábios.
— Ele virá! — Disse. — Ele nunca se atrasa, ele certamente vai me achar aqui!
A garota rolou mais uma vez, até ficar de barriga para cima. Seu sorriso pareceu aumentar.
— Ah, olá, Shinra! — Ela colocou-se de pé rapidamente, passando a mão pelo cabelo para afastá-lo dos olhos. — Me desculpe não estar arrumada, mas é que eu não tive como. — Cruzou as mãos à frente do corpo, constrangida.
O garoto à sua frente estava sério. Sério demais. Os olhos verdes se escondiam atrás dos óculos, o cabelo escuro – tão parecido com o dela – estava desarrumado, de uma forma mais desleixada do que antes.
— Algo errado? — Ela perguntou; o sorriso sumira de sua face.
— Aya... — ele ajeitou os óculos com uma das mãos. — Eu preciso falar contigo.
— Shinra, isso pode esperar! Diga a eles que eu não estou louca! Diga que você é real! Eu não quero ficar aqui!
— Aya, — ele sentou-se, puxando a mão da garota. Ela se sentou ao seu lado e ele prosseguiu: — acho que já está na hora de eu te contar isso. Fomos longe demais.
— O que você quer dizer com isso?
— Eu não sou real, Aya. Por mais que você deseje que eu seja, eu não posso.
— Mas... Eu posso te ver... Shinra, eu consigo te tocar. Você tem que ser real.
— Não. Você quer que eu seja real. Quer tanto que acha que eu sou — ele segurou as mãos dela. — Eu não posso mais ser sua companhia. Eu tenho que ir.
— Mas... Eu... Eu não sou louca!
— É culpa minha. Me desculpe, Aya. Eu queria poder te ajudar, mas não posso. Tente ser feliz sem mim. Eu sei que você consegue.
O garoto sumiu. Simplesmente desapareceu.
As lágrimas rolaram pelo rosto dela.


Algum tempo depois, – quando foi mesmo? Ela não sabia, há muito parara de contar – mudaram-na de cela. Aya já não tinha mais lágrimas. Também não tinha mais forças, pois as desperdiçara ao bater inutilmente nas paredes acolchoadas chamando por ele. Shinra não voltara. Nunca mais voltaria.
Aya não durou muito. Na tarde seguinte, foi encontrada morta.
Suas mãos estavam ensangüentadas; um caco do azulejo branco do banheiro pendia entre seus dedos; outros pedaços da louça estavam ao redor de seu corpo. Um corte profundo em sua garganta ainda derramava sangue. Ao lado, escrito em vermelho, estava “Fui me encontrar com Shinra. Adeus.”.
— Que descanse em paz. — Disse a enfermeira que fechou-lhe os olhos.


Tudo tão branco! Se eu ainda estivesse com ele, talvez eu pudesse ver o colorido das coisas! Eu não quero mais ver todo esse branco! Eu vou ver o Shinra! Se eu puder achá-lo, talvez eu possa voltar a ser normal! Talvez eu possa sair daqui!




N/A: Já que faz um bom tempo que eu não posto, fiquem com essa, que é a minha mais recente até o momento (terminada em 12/10/10).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Future



Autor: Miyuki-chan.

Fandom: Katekyo Hitman Reborn.

Shipper: Tsuna/Enma

Gênero: Romance/Drama

Censura: M

Disclaimer: Katekyo Hitman Reborn não me pertence, mas dá pra notar o movimento GLS dentro do Anime.

Avisos: Yaoi.

Sinopse: Se por acaso algo acontecesse, você ficaria irritado comigo?




Future

Enma, mostre-me. Muito bom. Isso é a prova que você herdou, como chefe da família Shimon.

O pingente girava, sustentado apenas pelo cordão que se enrolava com o movimento e seguia até as mãos do garoto ruivo, desenrolando-se em seguida. Nos olhos – de mesma cor do cabelo –; uma chama. Num movimento rápido, ele tornou a pendurar o cordão em seu pescoço, escondendo o pingente dentro da blusa.
Passos sobre a grama. Próximo de onde ele estava sentado.
Ele fixou o olhar mais à frente, sobre o pouco de água que se movia tão lentamente que parecia estar parado. Observou o Sol se pondo no leve reflexo que o céu fazia sobre a água.
— Ah, Enma-kun!
Os passos cada vez mais próximos. Uma pessoa sentou-se a seu lado; a mesma que o chamara.
— Desculpe, — o outro garoto continuou, arfando um pouco — Gokudera-kun quis me mostrar tudo o que ele conseguiu descobrir sobre Shitt P., mesmo que eu dissesse que não precisava. Faz muito tempo que você chegou?
— Não. — Ele respondeu em voz baixa. Tentava escolher as palavras que usaria, montar pelo menos uma frase que não fizesse com que o outro soubesse demais.
— Algo errado?
Enma pareceu encolher-se; uma mão sobre a outra, as pontas dos pés juntas; a face, preocupada. Quando achou que tinha escolhido corretamente, pigarreou.
— S-se... — ele gaguejou, encarando o chão. Parou por um instante e tornou a falar: — Se por acaso algo acontecesse, você ficaria irritado comigo?
— Porque eu ficaria? — Tsuna perguntou, olhando para o garoto.
— Por... Por nada. É só uma hipótese.
— Não, eu não ficaria.
Ele pareceu se encolher ainda mais.
— Ei, mas é só uma hipótese, certo? Não quer dizer que algo vai mesmo acontecer. — Questionou Tsuna, tentando acalmá-lo.
— Uhum. — O outro concordou, talvez rápido demais.
Tsuna queria quebrar o silêncio que se formara entre eles, mas não conseguia pensar em nada para dizer. Enma levantou o rosto, olhando para o céu que escurecia.
— Eu... gosto de você. — Disse o ruivo, em voz baixa.
— É, eu também. — Respondeu o outro, após olhá-lo pelo canto do olho achando que seria alguma brincadeira de mau-gosto e notar a expressão na face dele – seria tristeza? –. Com certeza, não era brincadeira. Arrastou-se sobre a grama, aproximando-se mais dele, que corou ao notar. — Enma-kun? — Chamou.
Pela primeira vez naquele dia, Enma o olhou. Tsuna segurou seu queixo com umas das mãos e aproximou-se dele até que seus lábios estivessem sobre os do garoto. Enma fechou os olhos.




No matter what will happens. We’ll be together.


N/A: Batendo cartão. o/

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mirrors

Autor: Miyuki-chan
Fandom: Kuroshitsuji II.
Shipper: Alois/Ciel
Gênero: Drama.
Censura: K
Disclaimer: Kuroshitsuji II não me pertence.
Avisos: --
Sinopse: Quando deixariam as máscaras caírem?





Mirrors


Eram como espelhos. Espelhos invertidos, talvez, mas ainda eram espelhos.
Teriam o mesmo final, tinham a mesma dor no passado. A dor da perda. A dor de perder pessoas próximas – sejam amigos ou familiares. Também tinham medos – mas quem não tem? – sejam eles de escuro ou de perder mais alguém. As sensações eram as mesmas. O pânico, o susto. A insegurança.
Inconscientemente – ou não – criavam barreiras para as outras pessoas. Sorrisos falsos, olhares falsos. Personalidades falsas.  O medo de perder tudo novamente – ou até mesmo de serem traídos – faziam com que essas barreiras se mantivessem em pé.
Diferiam em suas personalidades – afinal, não poderiam ser iguais em tudo.
Ciel era indiferente, enquanto Alois mudava constantemente de humor. E eram essas mudanças de humor que assustavam os criados. Ao contrário dos criados de Ciel, que – muito provavelmente – fariam qualquer coisa para protegê-lo.
Diferiam na personalidade de seus mordomos – ou seriam demônios pessoais? –; um deles era sarcástico demais, o outro, indiferente demais.
Diferiam até mesmo em seus sentimentos um pelo outro. Alois desejava Ciel – da mesma forma que desejava todos os outros. Ciel era indiferente a Alois – assim como era indiferente a todos.

E, então, quando mostrariam suas verdadeiras faces? Quando deixariam as máscaras caírem?






N/A: Post do dia, só pra bater cartão.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Protection


Autor: Miyuki-chan.

Fandom: Soul Eater.

Shipper: SoulxMaka

Gênero: Drama/Romance.

Censura: G.

Disclaimer: Soul Eater não me pertence.

Avisos: --

Sinopse: Esse é um dos meus motivos.







Protection

Proteger. Era o que Soul fazia. Protegia-a. Porque ela era fraca. Porque ela não conseguia fazer isso sozinha.
Ela não queria ser protegida. Porque ele sempre se feria ao fazer isso. Porque as cicatrizes no corpo dele não a deixariam esquecer o quanto ela era fraca. Porque mesmo que ele dissesse que não era sua culpa, ela continuaria se culpando. Porque se ela fosse um pouco mais forte, teria evitado.
— Maka? — ele chamou.
— Você não deveria estar na aula?  — ela resmungou em resposta.
— Não é legal ouvir isso logo de você, considerando que você também faltou — ele avançou; as mãos dentro dos bolsos da calça. Parou, apenas um ou dois passos atrás dela. A artesã se virou; a cabeça baixa.
— Soul... — murmurou, sem saber como continuar.
— Ei, não quero ouvir outro pedido de desculpa — ele interrompeu-a. — Eu tenho motivos para te proteger.
— Eu não quero que você faça isso. Eu não quero que você se machuque por minha causa, Soul.
Ele tirou uma das mãos do bolso, levando-a a face da garota. Tocou-lhe a bochecha; ela o abraçou. Ele levantou a face dela, colocando seus lábios sobre os da garota; ela correspondeu.
— Esse é um dos meus motivos. — ele disse ao afastar seus lábios dos dela.
Ela sorriu.

Let me guide you.







N/A: Sobrando açúcar aqui, comofas.
Por hoje, é isso.

sábado, 2 de outubro de 2010

Choices

Autor: Miyuki-chan.

Fandom: Fairy Tail.

Shipper: Lucy/--

Gênero: Drama.

Censura: K.

Disclaimer: Fairy Tail não me pertence.

Avisos: Spoiler.

Sinopse: Escrevia para criar outro mundo. Um mundo que fosse completamente diferente do seu, onde ela pudesse fazer as escolhas.




Choices

Ela não escrevia apenas por diversão. Escrevia para criar outro mundo. Um mundo que fosse completamente diferente do seu, onde ela pudesse fazer as escolhas.
Escolher quando dormir. Escolher com quem fazer amizade. Escolher por quem se apaixonar, com quem casar, como se comportar, como agir... Como pensar.
 E foi o que encontrou ao fugir de casa. Bons amigos, um trabalho do qual ela gostava, uma casa com os móveis que ela achava adequados, uma vida. Sem ser uma marionete. Sem ser moldada pelos pensamentos dos outros.

Quanto tempo duraria até viessem tirá-la de seu sonho?




N/A: Primeira fanfic daqui. Postarei mais, talvez.

Inferno

A pele pálida;
Os dedos frios que tocavam minha pele;
Os cabelos negros;
Os olhos vermelhos — sangue? — brilhavam.
Era notável a maldade que escondiam.

Sorria-me.
E atraía-me cada vez mais.
E, sem que eu notasse, era levada por seus olhos.
Levada para um lugar proibido.

Levada para o Inferno.

Ele era meu demônio.
Eu era sua presa.


Ok, dois posts pra estreiar. 

Not-human

Ela gosta.
O gosto do sangue.
O gosto do sangue da lâmina gélida que toca seus lábios.

O sangue.
Sangue do corpo caído aos seus pés.
Sangue do garoto a quem dissera amar.

Foi bom enquanto durou. Mas... Me desculpe, mas nosso tempo juntos acabou.
Ela diz.
Eu estou...
O brilho da lâmina.
Cortando relações.
Seus olhos brilham – estranhamente vermelhos.
Vermelhos como o sangue.

Como o sangue que transborda pelo corte.
Pelo corte que ela fez.

Um olhar assustado.
É tudo que ela recebe.
Em seguida, apenas o sangue chama sua atenção.
A forma como sai do ferimento,
Como mancha as roupas, a pele, o chão...
Como mancha tudo.

Ela estranha a forma como tudo aquilo parecia atraí-la.
Como ela perdia o controle tão facilmente.
Como ela conseguia saborear o pouco de sangue que sua lâmina guardava.

Ela ainda era humana?